Dê propósito - Resenha crítica - João Branco
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Dê propósito - resenha crítica

Dê propósito Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Desenvolvimento Pessoal

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Dê propósito

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-65-5544-213-7

Editora: Gente

Resenha crítica

O trabalho é um bem necessário

Normalmente, temos sensações ambíguas sobre o trabalho. Quando crianças, sonhamos com o que gostaríamos de ser ao crescer. No entanto, a vida traz decepções que não constavam nos sonhos de infância. Precisamos lidar com chefes difíceis, má remuneração e tarefas chatas. Para muita gente, o trabalho é uma cruz diária.

A maior parte das pessoas é infeliz com a carreira. Isso é uma péssima constatação, já que passamos a maior parte da vida adulta no trabalho. Só que o trabalho não deveria ser isso. Precisamos resgatar a boa relação com o que fazemos. A atividade profissional deve ser uma fonte de alegria. 

Trabalhar é uma forma de amar. É servir e fazer algo que muda o mundo e cria a realidade. Não é um mal necessário, porque as pessoas precisam do que você produz. É, na verdade, um bem necessário, que vai além das tarefas diárias. Deve ser sua missão. Tudo tem a ver com sua intenção.

As duas tragédias

Um trabalho significativo é um fatores que influenciam na felicidade. No Brasil, isso é ainda mais acentuado. As pesquisas mostram que os brasileiros dão um grande peso para o significado na carreira. O propósito conta. No entanto, a felicidade é difícil de definir. Nos acostumamos rapidamente com as coisas.

Um aumento salarial causa uma alegria extrema, mas por alguns minutos. Em três meses, já estamos reclamando do holerite e desejando um novo aumento. Oscar Wilde dizia que só há duas tragédias no mundo. A primeira é não conseguir o que se quer. A segunda é conseguir.

A alegria é temporária. Se dependermos de boas notícias diárias para sermos felizes, sofreremos. A vida não é sobre grandes momentos de euforia, mas sobre os milhares de pequenos momentos, aos quais damos significado. A verdadeira felicidade está no romance mais íntimo com os pequenos prazeres da vida.

Felicidade é mais sobre caminho do que sobre destino

A felicidade de verdade não depende de boas notícias. Ela se relaciona com uma interação íntima e significativa, de aprender algo novo todos os dias ou ter uma vida familiar com os filhos. Vêm do abraço sincero. Está nos milhares de pequenos momentos significativos. É mais sobre caminho do que sobre destino.

Tem a ver com o “como e por quê estou indo”, não com “é ali que devo chegar”. Não buscamos sorrisos, mas significado. Isso inclui as várias horas em que exercemos nosso trabalho. Originalmente, o termo “propósito” se restringia ao mundo dos discursos espirituais e do desenvolvimento pessoal. 

Hoje, o termo faz parte da carreira. Entender o porquê do que se faz é uma das chaves para ter sucesso, se posicionar no mundo e alcançar a felicidade. Parte das pessoas passou a buscar esse pote de ouro escondido. Essa procura mostra que temos um vazio dentro do peito esperando para ser preenchido.

A forma que você trabalha revela mais do que o cargo

“Com o que você trabalha?” é uma das primeiras perguntas que fazemos ao conhecer alguém. Não é só um assunto aleatório. Normalmente, queremos saber quem é a pessoa. Acreditamos que essa pergunta revela parte de sua essência. Dependendo do que ouvimos, formamos uma imagem mental.

Identificamos as pessoas de acordo com sua profissão. Confundimos o que elas são com o que elas fazem. A identidade se associa à profissão a ponto de algumas pessoas guiarem suas escolhas pela imagem que o cargo passa. Muita gente rejeita uma profissão pelo que seus vizinhos ou sua família pensarão dela. 

Isso também faz com que trabalhos “da moda” ganhem espaço. Mas aqui, vale lembrar que não somos o nosso trabalho. Por exemplo, existem médicos excelentes e péssimos. Para saber algo sobre uma pessoa, observe sua forma de atuar. A forma que você trabalha revela mais do que o cargo. É ali que os valores ficam claros. 

A falta de significado nasce de definir equivocadamente o sucesso

Vivemos em um mundo de referências preestabelecidas e comparações. A falta de significado nasce de definir equivocadamente o sucesso. Quando o critério para entrar nas faculdades é um vestibular, isso insere na mente das pessoas uma cultura competitiva. É o mesmo recado quando vemos só os primeiros pilotos no pódio.

O mundo se contagiou com uma cultura de disputa por quem é mais. Sentimos que só quem chega lá teve sucesso. Esses estímulos alimentam a ideia de que “tudo é possível se você tiver força de vontade suficiente”. Isso o pressiona contra a parede. É preciso ter cuidado com esse tipo de discurso.

É importante diferenciar felicidade de sucesso. Histórias bonitas são boas e nos dão esperança. Mas há uma complicada linha tênue entre despertar o seu melhor e inflar o seu lado ultracompetitivo. Precisamos sair da zona de conforto. No entanto, se não tomarmos cuidado, sofreremos porque a grama do vizinho é mais verde.

Não pense positivo

Apesar do que a autoajuda costuma dizer, sonhar grande raramente é uma boa ideia. Normalmente, quem sonha assim costuma olhar as coisas em uma escala de grandeza e competitividade. Isso leva a um ciclo de comparações. É a busca por ser melhor do que os outros e por vencer todas as disputas. 

As bravatas usadas para nos fazer “pensar positivo” e dizer que “a zona de conforto é para fracassados” trazem um efeito colateral: o de criar expectativas que nunca serão satisfeitas. A cultura de hiperpositividade e de “tudo é possível” faz mal. As empresas só têm um CEO. Os times de futebol só têm um camisa 10. 

As nações só têm um presidente. Se toda a sua felicidade for depositada na frágil hipótese de alcançar um raro sucesso desse tamanho, você corre o risco de ser infeliz para o resto da vida. Isso não significa que você não tenha chances de conseguir, mas a verdadeira alegria de viver não está aí.

Não sonhe grande, sonhe alto

Já passamos da metade do microbook e o autor conta como sonhar grande é um discurso perigoso. Somos pressionados para ser ambiciosos e competitivos. Os recrutadores querem ver gana nas entrevistas de emprego. A dica do autor é sonhar alto, o que é diferente de sonhar grande.

Quem investe nesse tipo de sonho não entra em um ciclo de competitividade. Em vez disso, foca no que tem profundidade e naquilo que toca o fundo da alma. Pode ser escrever um livro que ajuda casais a reatarem, ajudar os pais a criarem filhos felizes ou produzir doces que fazem as pessoas sorrirem.

Sonhar alto é focar em coisas que criam raízes e crescem como uma forte árvore em direção ao sol. Ela não precisa derrubar ninguém para ocupar seu espaço, só gerar oxigênio e servir de inspiração para quem passa e olha a paisagem. Busque um sentido maior nas coisas. Não é preciso competir.

O jeito de decidir mostra mais que a decisão em si

O propósito não é um plano de voo. Não é algo que antecede o trabalho. Entendemos ele no caminho, enquanto andamos. A única coisa que dá para fazer é reparar nas próprias intenções. Precisamos saber o porquê escolhemos cada coisa. A melhor decisão é a feita com a intenção certa.

O jeito de decidir mostra mais que a decisão em si. O processo revela os valores e as prioridades. A intenção impacta as pequenas e médias escolhas da rotina. É comum deixar impulsos perversos, invejosos, gananciosos ou de cobiça moverem as escolhas. 

Às vezes, fazemos sem perceber. Talvez você não esteja fazendo nada de errado. No entanto, segue no piloto automático, deixando tudo seguir como sempre foi, sem que se atente a alternativas melhores. Pergunte-se qual era a sua intenção ao contratar um candidato específico, demitir alguém, expandir os negócios para outro país ou investir em um novo projeto.

Ser intencional é o primeiro passo

Trabalhe com a intenção certa. Faça as coisas pelas melhores razões. Mova-se pela convicção de que os valores mais profundos se refletem nas suas ações. Aja com propósito. Esse é o primeiro passo. Comece o dia dessa forma. Isso é útil até em semanas difíceis.

Tomar decisões com a intenção certa logo de manhã é bom para ter um dia com mais significado. Às vezes, precisamos de um momento de “mindfulness”. Pare e respire profundamente. Preste atenção no presente. Isso ajuda a lembrar, todos os dias, a razão de estar onde você está. Traz um senso de propósito à tona.

O “mindfulness”, ou atenção plena, é um tipo de meditação. Nela, você se concentra só no que trabalhará no momento. O autor recomenda que, além de deixar a janela no presente aberta, deixe também a que lhe faz recordar do seu propósito e do legado que quer criar.

Leve seu coração para o trabalho

Tenha em mente:

  • para que você trabalha;
  • o que quer construir durante sua carreira;
  • qual é a sua grande prioridade na vida;
  • o que não é negociável.

Há algo que o move além do dinheiro. Lembre-se do que é antes de começar sua jornada. Leve seu coração ao trabalho. 

Seja mais humano e amoroso. Faça as coisas pelos outros com essa intenção. Comece cedo. O cérebro está mais atento depois do descanso. Por isso, as melhores decisões acontecem pela manhã. Iniciar cedo também conta para que você não perca nenhuma oportunidade. Durante o dia, você disparará muitas flechas.

Nada melhor do que começar o dia apontando o arco para o lugar certo. Durante o dia inteiro, transpiramos intenções. É possível notar o que movimenta as pessoas ao trabalhar com elas. A melhor forma de revelar sua personalidade é pelo jeito como trabalha, não pelo diploma ou cargo. 

O emprego não é só onde se ganha salário

É pelo trabalho que as pessoas têm suas necessidades supridas. Para ter uma viagem inesquecível, você depende dos trabalhadores do hotel, do aeroporto, da agência de turismo, da companhia de viagem, do controle alfandegário e por aí vai. Sua experiência será melhor quando as pessoas ao seu redor fazem o melhor trabalho.

O emprego não é só onde se ganha o salário. É também o lugar onde você pratica suas habilidades e faz algo que os outros precisam. Também é uma forma de cuidar das pessoas. Um motorista de aplicativo deixa a idosa no consultório médico de forma segura.

A maquiadora prepara o ator que vai fazer com que milhares de pessoas sorriam enquanto assistem a um programa de televisão. O corretor de seguros ajuda os pais de uma criança a ter atendimento de saúde quando precisa. Todo mundo que cuida do próximo está trabalhando. Precisamos nos lembrar disso.

As memórias se constroem antes da aposentadoria

Imagine que você trabalhou a vida inteira no seu atual emprego. Agora, está prestes a se aposentar. No dia de pendurar as botas, seus colegas quiseram fazer uma despedida. Para isso, reuniram todas as pessoas que trabalharam com você. Pergunte-se o que gostaria de ouvir nesses depoimentos. 

Talvez sejam seus bons resultados de negócios. Mas não é isso que lhe emocionará. O que tocará seu coração é como as pessoas se lembram de você e do que fez por elas. Isso é muito mais importante do que as promoções que teve. As memórias se constroem antes da aposentadoria.

Reflita sobre como quer ser lembrado. Se você quer ser alguém que trabalhou com o coração, o compromisso mais importante é demonstrar sentimentos pelos outros. Esse é o plano de previdência que realmente importa. Imagine-se na velhice. Pergunte-se o que sentirá ao pensar em como gastou seu tempo em vida. 

Notas finais

Dê propósito traz uma visão diferente sobre o trabalho. Nele, a carreira não é só uma obrigação para ganhar dinheiro, mas algo imbuído de significado. É uma troca intencional, na qual fazemos algo de relevante pelas pessoas.

Dica do 12min

Para os líderes, a missão vai além de encontrar propósito no trabalho. É preciso também inspirar as pessoas. Os autores de Responsabilidade Extrema ensinam lições de liderança inspiradas no trabalho dos Navy SEALs. Confira no 12 min!

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Quem escreveu o livro?

João Branco é executivo e já atuou como CMO do McDonald’s. É formado em Administração pela USP, com M... (Leia mais)

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